Vamos brincar?

Por que uma criança brinca?

Muitas são as brincadeiras de uma criança, brincam de faz de conta, de imitar os adultos, de ser super-heróis, de ter amigos imaginários, de ser rei e rainha, príncipe e princesa, de bonecas, de carrinhos, de ser animais…. Infindáveis são sua imaginação, criatividade, espontaneidade, curiosidade.

Através do brincar, a criança tem a possibilidade de entrar contato em com sua realidade psíquica interna e de expressá-la. Ela manifesta suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos, angustias, suas experiências. Brincar também propicia o prazer, a satisfação.

Brincando é possível elaborar essas manifestações que vão se apresentando ao longo de seu desenvolvimento, como a elaboração de perdas, suportar a ausência, explorar, conhecer, lidar com sofrimentos, com a agressividade. O brincar com os outros implica a maturidade crescente de uma criança, que necessita reconhecer a presença e os interesses dos demais, compartilhar uma experiência, perceber as diferenças.

É muito favorecedor quando os pais têm a condição de preservar um tempo para brincar com os filhos, isso possibilita trocas e um cuidado afetivo, permitindo a criança tornar-se mais confiante e segura de seu mundo.

O brincar se inicia muito cedo, já nas trocas iniciais entre a mãe e o bebê, na medida em que o bebê vai explorando a mãe e a si mesmo, descobrindo-se e expressando-se.

Para Winicott, pediatra e psicanalista inglês, que muito se dedicou à clínica de crianças, o desenvolvimento da capacidade de brincar de uma criança é indicador de seu crescimento saudável.

E por que uma criança não brinca?

A ausência da capacidade de brincar indica uma dificuldade psíquica, podendo trazer prejuízos em qualquer idade. Muitas crianças ficam impedidas de brincar quando estão muito assustadas, com medo de seus sentimentos e emoções, pelo temor de situações externas, quando não consegue experimentar o mundo.

Quando há esse impedimento, o trabalho psicanalítico com crianças, pode ser essencial na restauração ou construção dessa capacidade, pois é um importante meio de comunicação da criança e promotor do desenvolvimento.